Gamão

O meu jogo preferido de tabuleiro é o gamão. Não está muito instituído no nosso país nem na nossa cultura mas nos países árabes os gajos jogam aquilo tanto como nós jogamos damas. E é exactamente essa a ideia que a maior parte da malta tem acerca de gamão: "ah, é tipo damas, não é?". Não, não é.

O gamão é um jogo complexo, com matemática e probabilidades ao barulho, onde a defesa das posições se torna imperativa quando confrontados com o ataque do adversário. Qualquer falha pode levar ao desnoronamento de toda a estratégia montada para o desafio e apesar de depender em grande parte da sorte como qualquer jogo que avance mediante o lançamento de dados (ou de dardos onde a sorte ainda é mais madrasta já que se um gajo se apanha no meio da relva e não vir um míssil a vir em sua direcção pode mesmo perder uma vistinha e não é nada prático para ver a novela). Continuando.

Jogando gamão podemos ter uma percepção interessante de como uma estratégia pode ser assente em princípios base e aplicáveis independentemente das nuances da fortuna. Há sempre que defender uma posição ganha com mais que uma peça, cobrir zonas consecutivas para impedir o avanço contrário, criar barreiras fortes mas não exageradamente empilhadas para não ser impossível passar e permitir mobilidade caso surja uma oportunidade de ganhar terreno...entre tantas outras.

Por esta altura, se não estiver distraído com um qualquer site porno em background com húngaras a ganir em poses aparentemente desconfortáveis, já terá observado as parecenças desta modalidade com o futebol. Até as peças são semelhantes a alguns jogadores em termos de mobilidade, como é o caso, por exemplo, do Ricardo Silva.

Tudo isto para dizer que no futebol, como no gamão, as peças são colocadas e por muito que a estratégia esteja montada, a sorte é um factor com o qual não podemos contar e que nos acaba por lixar a vida ou elevar a patamares de sucesso. É tudo uma questão de estarmos preparados para a enfrentar.

1 comments:

Anónimo disse...

Sim também na Segurança a sorte não pode ser factor a contar, mas se ela não andasse presente os acidentes aconteciam com mais frequência e muita maior gravidade.
Também na vida isso acontece, é necessário avaliar, saber que somos avaliados e assumir os riscos das opções, mesmo quando a avaliação inicial foi feita por baixo e aí a nova avaliação tem de ser feita para criar nova estratégia mais por cima..., mas será sempre uma estratégia que não poderá estar a contar com a sorte/maré a nosso favor....temos de nos lembrar sempre das leis de Murphy!
"Bêmo-nos por aí"

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