(foto retirada do MaisFutebol)
Se formos a analisar a performance do FC Porto durante toda a partida, acabamos por embarrar na mesma parede mental na qual temos vindo a constantemente cabecear durante toda a temporada: somos fracos. Mentalmente, tecnicamente, tacticamente, em todos os aspectos estamos abaixo do nível ao qual estávamos habituados desde que Jesualdo Ferreira tomou o leme. O jogo de hoje mostrou um FC Porto quezilento, com pouca capacidade de rotação da bola e de controlo da partida, sempre mais lento que o adversário, a perder duelos constantemente e a não conseguir de forma nenhuma contrariar a dinâmica muito mais agressiva (no bom sentido) e audaz da equipa que hoje enfrentamos, aquela que será muito provavelmente sagrada campeã nacional daqui a umas semanas. Vamos a notas:
BAÍAS
(+) Rodríguez. O rapaz não parou todo o jogo. Pode não ter sido muito eficaz (onde diz "muito", leia-se "nada"), mas lutou, esforçou-se e foi dos poucos que tentou arrastar a equipa para a frente, no meio do marasmo que se via no resto da equipa. Faltou-lhe apoio, claramente, mas mesmo sem o ter, Cebola tentou sempre forçar jogadas ofensivas, tentando entender-se com Álvaro Pereira, jogando ao lado de Falcao e descaindo para as alas sempre que possível. Merecia um golo.
(+) Falcao. Mais uma vez, um dos mais esforçados, numa luta inglória entre os centrais, tentando dominar a bola (o que nem sempre lhe saiu bem) e esperar pelo apoio, que apareceu no máximo duas vezes durante o jogo.
(+) Fernando. Qualquer portista que acompanhe minimamente os jogos da equipa tem-se apercebido da falta que o brasileiro faz no meio-campo defensivo. Nem Tomás Costa nem o pobre Nuno André Coelho, atirado às feras no Emirates Stadium, conseguiram fazer esquecer a forma como Fernando domina a sua zona quando está em forma. Hoje, ainda que não tenha conseguido impedir a derrocada no resultado, tentou lutar com as forças que tinha contra a melhor organização do meio-campo benfiquista. Fica o bom esforço.
(+) Benfica. Quando se ganha dá gosto atirar uma ou duas boquinhas ao adversário, só para rejubilar no prazer de uma vitória. No entanto, quando se perde, há que saber perder com dignidade e humildade, particularmente quando o adversário prova ser melhor que nós em campo. Foi isso que aconteceu hoje no Algarve, onde o Benfica, a jogar a passo, chegou e sobrou para nos vencer por três a zero. Limpo. Parabéns, Ruben Amorim (melhor em campo) e Jorge Jesus, que me surpreendeu na flash interview, comovido e a dedicar a vitória ao pai. Espero que para o ano cá estejam para nos dar os parabéns a nós. Se merecermos, claro!
BARONIS
(-) Bruno Alves. No jogo contra a Académica, escrevi o seguinte: "Bruno Alves reclama com árbitros com uma atitude quase intimidatória e excessivamente agressiva; age impulsivamente e sempre com nervos em franja perante os adversários, arriscando inúmeros cartões vermelhos com pequenas quezílias que um dia destes, quando os árbitros perderem o medo, lhe vão mostrar; está a facilitar em demasia em zonas defensivas, raramente pressionando o avançado que lhe aparece na frente (lembram-se do Bruno Alves a fazer um carrinho em algum jogo este ano?) e acabando por fazer faltas em áreas recuadas que levam perigo para a própria baliza. Bruno parece instável e nervoso, e essas são qualidades que num capitão de equipa se acabam por transmitir para o resto dos jogadores.". O jogo de hoje foi tirado a papel químico do jogo de semana passada. Analisarei o momento de Bruno Alves num post nos próximos dias, mas fica uma pequena frase que espelha a minha opinião sobre o que se passa com o nosso capitão: há que saber perder. Sobre o jogo e o comportamento de hoje não há muito mais a dizer, apenas o seguinte: um capitão de equipa, líder de homens e alguém que se quer que seja um modelo a seguir, não pode ter reacções absurdamente violentas e agressivas como as de hoje.
(-) Intranquilidade. A incapacidade técnica, juntamente com as lesões, os casos extra-relvado e a falta de motivação acabaram por transformar este final de época num pesadelo, o que se reflecte dentro de campo. Os jogadores reclamam uns com os outros, sem capacidade para fazer mais e melhor. Ninguém me convence que os rapazes de azul-e-branco são tão maus quanto o que mostram em campo.
(-) Claques. Desta vez não pode haver atenuantes. O clube tem de reagir perante as atitudes animalescas que se viram a caminho do Algarve. Sim, incluo tudo no mesmo lote, aquela malta tem atitudes de gado e tem de ser tratado como gado. Quanto às bastonadas da Polícia que deixaram alguns hematomas pelo caminho, é simples perceber que quem vai misturado com gado tem de se aperceber que arrisca ser tratado como gado. E já tendo trabalhado num matadouro, sei bem como se deve tratar gado.
(-) Claques. Desta vez não pode haver atenuantes. O clube tem de reagir perante as atitudes animalescas que se viram a caminho do Algarve. Sim, incluo tudo no mesmo lote, aquela malta tem atitudes de gado e tem de ser tratado como gado. Quanto às bastonadas da Polícia que deixaram alguns hematomas pelo caminho, é simples perceber que quem vai misturado com gado tem de se aperceber que arrisca ser tratado como gado. E já tendo trabalhado num matadouro, sei bem como se deve tratar gado.
E cá vai mais uma frase que já me começa a cansar ter de proferir no final dos jogos: perdemos bem. É triste admiti-lo mas estamos num mau momento do qual este ano creio ser muito pouco provável conseguirmos sair. O campeonato ainda não acabou e ainda temos a Taça de Portugal para tentar vencer, mas ainda que o consigamos, servirá de pouco consolo às fraquíssimas exibições e à falta de garra e organização que consecutivamente mostramos em campo. Mas levantemos a cabeça, amigos! Temos de saber perder, dar os parabéns ao adversário por uma vitória limpinha, por merecer e por fazer por merecer. E venha a próxima manhã, que há treino...
6 comments:
Caso para dizer que Jesus venceu o seu primeiro título por obra e graça do (Nuno) Espírito Santo!
O futebol é assim, a força psicológica vale mais do que todas as outras (excepto, talvez, as ocultas). Uma equipa com a moral em cima vê golos a entrarem de forma esquisita na baliza adversária, ganham os ressaltos todos (3º golo), têm mais sorte nas divididas. Um exemplo claro do que estou a dizer: aquele despacho (não me recordo se do Airton ou do Kardec) que passou a centimetros do poste, foi idêntico a um outro, também no Allgarve, do Katsouradas contra o Sporting, que entrou. Só que então a equipa estava com a moral em baixo e era treinada pelo Engº do Penta, agora estão com a moral em cima, não ia correr mal!
E, pelo menos na final deste ano, uma vitória limpinha do SLB, ao contrário do caminho tortuoso para lá chegar (lembrar a final do ano passado, o jogo deste ano em Guimarães com um golo invalidado no último minuto, o jogo com o Nacional com não sei quantas expulsões por dar, até à meia-final com o Sporting, cuja bem querença foi que a passadeira continuasse estendida).
Agora, reconhecer o mérito do Benfica, por maioria de razão, não é coerente. E não é coerente pelo facto de que as conquistas do FCP, por exemplo entre 2002/2004, não tiveram nenhum reconhecimento por parte da nação bermelha, sendo que as alegadas "ajudas" foram então bem menos evidentes do que têm sido este ano, em que seria menos escandaloso determinar o Benfica campeão por decreto. Isto, claro, independentemente da qualidade futebolística. Mas como dizia o Paulo Bento, no futebol não há nota artística!
Mas, prontos! ao menos serviu para ver sorrisos de orelha a orelha (não, não me estou a referir ao homem dos pneus) nos 6 milhões, repararam concerteza no sorriso de felicidade do Pedro Mourinho (o nome adequa-se). Estou certo que durante 2 dias iremos ouvir falar menos de PEC's, comixões de inquérito, etc.
"Uma equipa com a moral em cima vê golos a entrarem de forma esquisita na baliza adversária, ganham os ressaltos todos (3º golo), têm mais sorte nas divididas."...há que tempos ando a dizer exactamente a mesma coisa, que o Benfica deste ano é uma equipa bafejada pela sorte...o que se nota nessas pequenas coisinhas dos ressaltos e das infelicidades dos adversários. mas também há que perceber que eles, ao menos, fazem por merecer a sorte, ao contrário do FCP...:(
Saudações,
Depois de mais de 12 horas do triste jogo que tivemos e mais calmo, esperava acordar hoje sem o treinador, mas a politica de silencio e risinhos continua, é triste mas é a mais pura verdade.
Á muito que não vou ao estadio, e assim vou continuar, sou PORTISTA e amo este clube, mas neste momento sintome triste revoltado, porque vejo pessoas que não tem o minimo de vergonha e não colocam o lugar a disposição (Jesualdo, Antero), gastam milhões em jogadores duvidosos, porque não gastar na rescisão do treinador e do director geral, certamente teriamos num futuro próximo, mais lucro.
Até Breve
Mau demais para ser Verdade...
Não sei o que dizer nem o que pensar. Revolta-me e magoa-me imenso ver o Futebol Clube do Porto a jogar assim e custa-me ainda mais ver um Treinador que é só TetraCampeão Nacional a não conseguir ter mão na equipa...
Nem nos tempos que antecederam Mourinho as coisas pareciam tão más. Nem o Couceiro teve um período tão mau como o actual de Jesualdo.
Não seu se as causas desta espiral de auto destruição foram a arrogância do nosso Porto, se foram as Comissões. o Treinador que é Cobarde ou se é a Política de Gestão do Plantel que está a falhar.
O que eu sei é que se nada for feito o nosso Dragão corre o sério risco de se transformar numa espécie de Benfica e ficar anos sem ganhar nada.
Saudações Portistas de um Adepto que bem avisou que este cenário iria acontecer...
Ler os Vossos comentários ajuda-me a perceber um pouco do mundo portista. Só um pouquinho... as Vossas palavras indicam vontade de ganhar. Ganhar sempre. Ganhar constantemente, sem dó nem piedade. E quando não ganham, alguns nem vão ao estádio. Se calhar outros, deixam de pagar as quotas. Vocês querem é ganhar e ponto final. O Jorge é um Senhor adepto. O Portista pelo qual eu tenho mais respeito, porque eu sei que ele gosta de futebol. Ganhar é uma consequência e um hábito com o qual ele cresceu por ser adepto do Porto. Podem retirar o mérito da vitória, podem dizer que somos levados ao colo. Podem dizer, com razão, que os Benfiquistas não deram o devido mérito ao Porto em épocas anteriores. Mas já pensaram porquê? Já ouviram as escutas? Os Calheiros, a fruta, etc.? Curioso que nunca ouvi um adepto do Porto a falar do assunto. Mas eu, como Benfiquista, prefiro nem saber. Sabem porquê? Porque eu quero ver o meu Benfca jogar bem e ganhar quando for melhor que o aversário. Não quero ganhar a qualquer custo. E tá na hora, a bem do futebol português, de pensar que o futebol é apenas um jogo. Rivalidades sim, mas saudáveis... cumprimentos a todos e abraço ao Cchini!
é verdade que por vezes a imprudência leva a declarações a quente e todos sofremos do mesmo mal, mas nem todos os portistas padecem da mesma doença. se leres o post que coloquei sobre o estado da nação, reparas que há muitos dragões que pensam friamente e que dão o mérito que o Benfica tem e faz por ter, como eu faço.
quanto às frutas...se não comentamos é por vergonha, rapaz...ou achas que algum portista decente que se preze gosta de ganhar só pelo prazer de ganhar a qualquer custo? ganhar sim, mas com valia, com luta, suor, esforço e dedicação (porra que quase canto o lema do Sporting!) para que o resultado seja positivo. o que se passa da parte de fora...quem dera que se apagasse sozinho da História, mas como tal não vai acontecer, há que fazer com que não aconteça de novo...
aquele abraço, rapaz ;)
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